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Liturgia de 02 de setembro de 2017

SABADO – XXI SEMANA DO TEMPO COMUM
(Verde – ofício do dia)

Antífona da entrada

- Inclinai, Senhor, o vosso ouvido e escutai-me; salvai, meu Deus, o servo que confia em vós. Tende compaixão de mim, clamo por vós o dia inteiro (Sl 85,1).

Oração do dia

- Deus que unis os corações dos vossos fieis num só desejo, dai ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis para que, na instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde encontram as verdadeiras alegrias. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: 1Ts 4,9-11

- Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses: Irmãos, 9não é preciso escrever-vos a respeito do amor fraterno, pois já aprendestes de Deus mesmo a amar-vos uns aos outros. 10É o que já estais fazendo com todos os irmãos, em toda a Macedônia. Só podemos exortar-vos, irmãos, a progredirdes sempre mais. 11Procurai viver, com tranquilidade, dedicando-vos aos vossos afazeres e trabalhando com as próprias mãos, como recomendamos.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: 98,1.7-8.9 (R: 9)

- O Senhor julgará as nações com justiça.
R: O Senhor julgará as nações com justiça.

- Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória.
R: O Senhor julgará as nações com justiça.

- Aplauda o mar com todo ser que nele vive o mundo inteiro e toda gente! As montanhas e os rios batam palmas e exultem de alegria,
R: O Senhor julgará as nações com justiça.

- Na presença do Senhor; pois ele vem, vem julgar a terra inteira. Julgará o universo com justiça e as nações com equidade.
R: O Senhor julgará as nações com justiça.

Aclamação ao santo Evangelho.

Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.

- Eu vos dou um novo preceito: que um aos outros vos ameis, como eu vos tenho amado (Jo 13,34).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 25,14-30

- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus
- Glória a vós, Senhor!

- Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos esta parábola: 14”Um homem ia viajar para o estrangeiro. Chamou seus empregados e lhes entregou seus bens. 15A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade. Em seguida viajou. 16O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com eles, e lucrou outros cinco. 17Do mesmo modo, o que havia recebido dois lu¬crou outros dois. 18Mas aquele que havia recebido um só, saiu, cavou um buraco na terra, e escondeu o dinheiro do seu patrão. 19Depois de muito tempo, o patrão voltou e foi acertar contas com os empregados. 20O empregado que havia recebido cinco talentos entregou-lhe mais cinco, dizendo: ‘Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco que lucrei’. 21O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’ 22Chegou também o que havia recebido dois talentos, e disse: ‘Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois que lucrei’. 23O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’ 24Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento, e disse: ‘Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não plantaste e ceifas onde não semeaste. 25Por isso fiquei com medo e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence’. 26O patrão lhe respondeu: ‘Servo mau e preguiçoso! Tu sabias que eu colho onde não plantei e que ceifo onde não semeei? 27Então devias ter depositado meu dinheiro no banco, para que, ao voltar, eu recebesse com juros o que me pertence’. 28Em seguida, o patrão ordenou: ‘Tirai dele o talento e dai-o àquele que tem dez! 29Porque a todo aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. 30Quanto a este servo inútil, jogai-o lá fora, na escuridão. Ali haverá choro e ranger de dentes!”

- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!

 

Liturgia comentada
Servo bom e fiel... (Mt 25,14-30)

Nesta parábola dos talentos, o antônimo de “fiel” é “preguiçoso”. Fiel é aquele que confia, exercita a fé, transformando-a em ação. A fidelidade é a manifestação exterior da fé interior. Já o preguiçoso é um tipo tímido, cujo temor o impede de dar o passo e entrar em ação.

O fiel não é um super-homem. Ele não aposta simplesmente em seus dons e habilidades, mas no próprio Senhor, que é a fonte de todos os dons. Seu esforço e sua atuação são a forma de corresponder ao investimento do Senhor na sua pessoa. E se esses dons frutificam, servem apenas para que o fiel os possa devolver amplificados à sua Fonte primeira, o mesmo Senhor.

O preguiçoso também recebe o investimento do Senhor, mas não é capaz de apostar, de ousar, de fazer o ato de fé próprio de quem conta mais com o Senhor dos dons do que com os dons do Senhor. Em busca de segurança, ele enterra os talentos e os devolve intactos no reencontro com seu Senhor.

Para Hans Urs von Balthasar, este Evangelho nos fala do acerto de contas que o homem deve prestar a Deus. A fortuna de Deus é confiada às criaturas pelo Criador, e aos resgatados pelo Redentor, a cada um segundo suas capacidades, sempre de modo bem pessoal.

“Nós falamos de talentos espirituais, que são igualmente dados de modo pessoal aos indivíduos: nós os recebemos na qualidade de fiéis depositários e não temos o direito de trabalhar com eles para nós mesmos (para nosso ‘crescimento espiritual’), mas tão somente para Deus. É que nós mesmos, com tudo o que possuímos, também nos devemos a Deus.

Na parábola, o proprietário parte em viagem e nós, os servidores, ficamos ali com todos os seus bens, e é da natureza dos talentos que eles devam dar algum lucro. O servo preguiçoso não quer ver em tudo isso a bondade do Senhor, mas sua severidade, e se embrulha em suas contradições.

“Ao contrário, aos servidores que lhe devolvem o dom frutuoso com seus frutos, o Senhor dá como salário uma fecundidade incalculável, eterna.”

Assim, a fé autêntica transforma o crente em um colaborador do próprio Deus, como instrumento de edificação de um Reino que nos ultrapassa infinitamente. O verdadeiro motivo da inação, do conformismo e de uma religiosidade abstrata é, no fundo, a falta de fé.

O santo é alguém que faz frutificar os dons recebidos de Deus...

Orai sem cessar: “Creio, Senhor, mas aumentai a minha fé!” (Mc 9,24)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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