AUTORIA – Oscar Schmidt
TRADUÇÃO LIVRE – Ammá Maria Ângela de Melo Nicolleti, NA
FONTE – www.es.catholic.net
Todos os dias vemos algo que nos assusta ou nos comove ou nos escandaliza: uma nova legislação aceitando o aborto, esse crime abominável, ou um novo avanço da negação da distinção clara entre homem e mulher, promovendo a livre escolha de gênero por parte das pessoas, ou talvez uma nova iniciativa contra a liberdade religiosa, atacando os que desejam fazer de Deus o centro de suas vidas. Não falta um novo país tomado pelo ateísmo militante, esse tipo de liderança política que procura matar Deus na sociedade governada. Ou uma nova escalada de jovens tomados pelo álcool ou pelas drogas. Ao nosso redor, publicidade que promove toda espécie de perversões como modelo de vida.
Ser pai nestes tempos faz alguém se sentir "escravo de seus próprios filhos", já que esse é o exemplo que eles recebem em suas escolas ou nas casas de seus amigos. Como educá-los num modelo que é diametralmente oposto ao que o mundo lhes propõe? Alguém desejaria sentar-se para falar com os pais dos amigos de nossos filhos ou com seus mestres e professores, para tentar "mudar-lhes o entendimento do que a vida significa na realidade". Porém, a maré de "idéias distorcidas" é tão forte que ele costuma encontrar-se em séria desvantagem numérica e imediatamente sujeito ao apelido de "recalcitrante fanático religioso" ou qualquer outro qualificativo similar. Em todo caso, alguma passada de olhos basta para compreender como nos veem em linhas gerais.
Nestes tempos, ler o jornal ou olhar as notícias produz sofrimento e angústia. Sem dúvida, há uma pergunta que dói muito mais que as notícias horrorosas que nos invadem. Quantos se dão conta do que realmente está acontecendo? Quantos crêem que muitas dessas coisas são normais ou até boas, ou quem sabe fruto do progresso do mundo? O mais triste é que a resposta é "Muitos!".
Quantas mães promovem o álcool em seus filhos dizendo que "nessa idade eu também fazia isso, faz parte da loucura da juventude"? Ou quantos veem com bons olhos que se elimine a Deus da vida da sociedade com o argumento de que "tem-se que deixar que cada um decida o que fazer com sua vida privada"? Na mesma linha, quantas famílias evitam o batismo de seus filhos "porque eles devem exercer sua livre opção quando adultos"? Eu me pergunto: a decisão de trazê-los ao mundo, quem a tomou? Acaso não foram seus pais?
A confusão avança a passos gigantescos e é tão destrutivo seu poder que a deterioração do mundo é bem-vinda de braços abertos pela maioria da humanidade.
O que devemos fazer? Acaso ser simples espectadores desta tragédia que empurra o mundo barranco abaixo para um precipício de declive duvidoso e mais duvidosa ainda profundidade? Definitivamente, não. Nós que cremos em Deus e temos a formação necessária para advertir sobre o que ocorre, devemos agir.
João Paulo II o disse claramente: "A IGREJA É MISSIONÁRIA E OS CRISTÃOS DEVEM VIVER UMA VIDA DE MISSÃO". Este princípio básico que impulsiona nossa vida como membros do Corpo Místico de Cristo, pode ser definido de modo tão simples como o de embarcarmos na Nova Evangelização. A difusão do Evangelho e da Boa Nova de Jesus Cristo como Salvador da humanidade é nossa causa de vida, é o sangue que corre pelas veias da Igreja. A missão é pessoal e indelegável; cada um de nós tem esse mandato impresso na vontade de Deus para nossa passagem por esta vida.
A deterioração do mundo, tão visível e em contínuo movimento, não é desculpa nem explicação para que a árdua missão da evangelização se detenha. É o contrário. Deus nos chama a uma Nova Evangelização como resposta a este ataque à essência da fé. Recordo aqueles tempos em que a queda do muro de Berlim jogou por terra o sonho de uma "sociedade sem Deus" que o modelo comunista havia imposto a fogo e terror durante décadas.
Olhando retrospectivamente, penso que muitos de assumimos que esses ataques à liberdade religiosa iam acabar no esquecimento. Não. O mesmo "espírito destruidor de almas e corruptor de consciências" encontrou o modo de atacar de maneiras muito mais sutis, porém sempre com o mesmo propósito.
A Nova Evangelização é a resposta que devemos dar, porque Jesus é a única solução a todas as nossas necessidades. Sem Jesus Cristo, nada se consegue, a vida transcorre vazia e sem propósito. Isto não quer dizer impor aos demais nossas convicções religiosas a ferro e fogo, senão o contrário. Deus não obriga a ninguém, muito menos podemos nós obrigar. A Evangelização deve se realizar com a suave "luva de amor", de tal modo que nossa ação missionária convença as almas de que Jesus transformou o nosso coração nos deu a paz e alegria mesmo no meio das inclemências da vida.
O amor de Deus é que fará com que as pessoas compreendam o horror do aborto, a miséria da alma sujeita ao álcool ou às drogas, a inviolabilidade do princípio de que "um homem é um homem e uma mulher é uma mulher", tal como Deus os criou, e a transcendência de defender a liberdade religiosa das pessoas, sem limitar sua fé nem sua vida espiritual. A paz no mundo não se conseguirá sem que voltemos nossos olhos para o Criador, para aquEle que nos deu tudo para que sejamos felizes, não para que nos matemos entre disputas intermináveis.
O inimigo avança a passo largo, porém não somos alienados do que acontece, senão, pelo contrário, somos atores centrais neste cenário que é o mundo.
Deus espera muito de Seu povo porque se não formos nós a ajudá-lO a lançar Luz e Verdade, como se fará visível para esta humanidade o Caminho para a Vida.