Como o alimento corporal serve para restaurar a perda das forças, a Eucaristia fortalece a caridade que, na vida diária, tende a arrefecer; e esta caridade vivificada apaga os pecados veniais [Cf. Conc. De Trento: DS 1638] . Ao dar-se a nós, Cristo reaviva nosso amor e nos torna capazes de romper as amarras desordenadas com as criaturas e de enraizar-nos nEle:
Visto que Cristo morreu por nós por amor, quando fazemos memória de Sua morte no momento do sacrifício pedimos que o amor nos seja concedido pela vinda do Espírito Santo; pedimos humildemente que em virtude deste amor, pelo qual Cristo quis morrer por nós, nós também, recebendo a graça do Espírito Santo, possamos considerar o mundo como crucificado para nós, e sejamos nós mesmos crucificados para o mundo. (…) Tendo recebido o dom de amor morramos para o pecado e vivamos para Deus [S. Fulgêncio de Ruspe, Fab. 28,17: CCL 91A, 813-814 (PL 65,789)] .
Aqui você percebe que a Eucaristia fortalece a caridade e esta caridade vivificada apaga os pecados veniais.
Portanto prezado(a) ouvinte, os pecados normais leves (veniais), as negligências de cada dia, a falta de oração, as pequenas vaidades, o amor próprio, a preguiça em certos afazeres, etc., tudo isso é perdoado por Deus no "Ato Penitencial" da Santa Missa, quando a caridade é vivenciada pela pessoa.
Não devemos abandonar a Comunhão por causa dos pecados pequenos e por escrúpulos, porque ela é fonte de nossa salvação. É claro que o demônio vai tentar nos afastar da mesa eucarística dizendo-nos, sem cessar, que não somos dignos de comungar.
A pessoa que foi negligente e se deixou arrastar pelos pecados veniais não deve perder a paz. Poderá recuperar a pureza de consciência e de coração na comunhão com Cristo, contanto que se aproxime d'Ele com arrependimento sincero e o desejo de amá-Lo fielmente. Amigo ouvinte: Você sabe qual é a diferença entre o Santo e o pecador? A diferença não se encontra no pecado, todos nós pecamos, e sim no arrependimento humilde e no amor confiante. O santo é um pecador que não desiste de lutar, de se converter, de amar o ideal proposto por Cristo. O santo não desiste nunca! A eucaristia deve em nós realizar esse mesmo desejo. Tudo depende do nosso esforço, da nossa vivência, da sinceridade da nossa prece.
Na santa comunhão recebemos o próprio Jesus e, se tivermos as mesmas disposições de Zaqueu, receberemos a salvação: "Desça depressa, Zaqueu, porque hoje preciso ficar em sua casa". "Ele desceu rapidamente e recebeu Jesus com alegria." (Lc 19,1-10).
Lembre-se do que disse Jesus: "Que Ele veio procurar e salvar o que estava perdido" ( Lc 19,10).