Pela mesma caridade que acende em nós, a Eucaristia nos preserva dos pecados mortais futuros. Quanto mais participarmos da vida de Cristo e quanto mais progredirmos em sua amizade, tanto mais difícil de ele separar-nos pelo pecado mortal. A Eucaristia não é destinada a perdoar pecados mortais. Isso é próprio do sacramento da reconciliação. É próprio da Eucaristia ser o sacramento daqueles que estão na comunhão plena da Igreja.
Aqui se vê que existe uma íntima relação entre a Confissão e a Eucaristia. O Catecismo chama a atenção para o caráter preventivo da Confissão e da Eucaristia diante dos pecados.
Um dos mais importantes Concílios da Igreja, o de Trento, afirmou que: "A Eucaristia é o Remédio pelo qual somos livres das falhas cotidianas e nos preserva dos pecados mortais futuros". Isso acontece prezado(a) ouvinte, porque é o próprio Jesus que vem combater em nós a "concupiscência da carne e a soberba da nossa vida".
A Igreja nos ensina que a condição essencial para uma boa e válida comunhão eucarística, é estarmos em estado de graça, isto é, estarmos livres de pecado mortal. Portanto, quem julga estar em pecado grave, deve primeiro buscar o Sacramento da Confissão, para posteriormente poder fazer a comunhão eucarística. Não basta rezar simplesmente o ato de contrição.
A Eucaristia é o sacramento de quem está em comunhão com Deus, portanto, antes de comungar, quem não está em comunhão, deve procurar um sacerdote e, por meio do sacramento da reconciliação, voltar à comunhão plena. Essas novas teologias, que afirmam ter a Eucaristia o poder de perdoar os pecados mortais, afastam-se do ensinamento do Catecismo e da doutrina da Igreja.
Alguns pensadores às vezes, apresentam a mesa da Eucaristia como sendo uma mesa aberta para todo tipo de pecador público, demonstrando com isso uma tolerância que, no final, se transformará em falta de caridade. Sim, porque ao não mostrar claramente ao pecador o quanto o seu pecado ofende a Deus e o afasta d'Ele, não apresentando uma pena, um remédio para o seu pecado mortal, aquele pecador não desejará mudar de vida e converter-se.
Para o próprio bem do pecador, a Igreja disciplina o afastamento deste da mesa da Eucaristia, para que, tendo a noção da gravidade desse afastamento, reconcilie-se com Deus e com a Igreja por meio do sacramento da Confissão.
E quem não puder comungar de fato, por algum impedimento, poderá fazer a sua comunhão espiritual, desejando unir-se ardentemente a Jesus Cristo dizendo-Lhe do desejo e da necessidade que tem de viver de Sua Vida, desejando viver para Ele. E também poderá fazer todas as orações que desejar como se tivesse comungando de fato. Certamente os frutos dessa união espiritual com Jesus será grande se o desejo de possuí-Lo na alma também o for.