A unidade do corpo místico (CIC § 1396)

A Eucaristia faz a Igreja. Os que recebem a Eucaristia estão unidos mais intimamente a Cristo. Por isso mesmo, Cristo os une a todos os fiéis em um só corpo, a Igreja. A comunhão renova, fortalece, aprofunda esta incorporação à Igreja, realizada já pelo Batismo. No Batismo fomos chamados a constituir um só corpo [Cf. 1Cor 12,13] . A Eucaristia realiza este apelo: “O cálice de bênção que abençoamos não é comunhão com o Sangue de Cristo? O pão que partimos não é comunhão com o Corpo de Cristo? Já que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, visto que todos participamos desse único pão” (1Cor 10,16-17).

Se sois o corpo e os membros de Cristo, é o vosso sacramento que é colocado sobre a mesa do Senhor, recebeis o vosso sacramento. Respondeis “Amém” (“sim, é verdade!”) àquilo que recebeis, e subscreveis ao responder. Ouvis esta palavra: “o Corpo de Cristo”, e respondeis: “Amém”. Sede, pois, um membro de Cristo, para que o vosso Amém seja verdadeiro [Sto. Agostinho, Serm., 272: PL 38, 1247] .

Aqui vemos que, é pela Comunhão eucaristica, que é edificada a unidade da Igreja, o Corpo de Cristo. O Catecismo citando São Paulo que disse aos coríntios: 'O pão que partimos não é comunhão com o Corpo de Cristo? Já que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, visto que todos participamos desse único pão' (1 Cor 10,16-17).

Portanto “Não basta receber Jesus no altar, na hóstia consagrada. Não basta comungar Jesus Cristo que é a cabeça do Corpo Místico. É preciso comungar o Cristo total, ou seja: cabeça e membros. Nós não podemos nos limitar a receber Jesus, se não recebemos os irmãos; a comungar Jesus, se não comungo com os irmãos.

Comungar com os outros, significa, recebê-los em mim, no amor, na dedicação, na amizade, na partilha. Recebê-los no coração, na vida, em atitude de ajuda, perdão, de indulgência, de misericórdia. Receber os outros, porque os amo e partilho, sincera e fraternalmente, suas dores, seus sofrimentos, suas esperança e alegrias. Recebê-los não só de palavra, de oração piedosa, mas na vida, à minha mesa, no meu dia a dia, interessando-me por eles, preocupando-me por seus problemas, defendendo-os, fazendo-lhes justiça. Comungar com eles é dispor de tempo para ajudá-los, servi-los, amá-los.

O Senhor nos ensinou: 'nisto precisamente todos reconhecerão que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns pelos outros'. E a eucaristia nos educa  para este amor de maneira mais profunda; ela demonstra, de fato, qual o valor que tem aos olhos de Deus todos os homens, nossos irmãos e irmãs, uma vez que Cristo se oferece a si mesmo de igual modo a cada um deles, sob as espécies do pão e do vinho. Se o nosso culto eucarístico for autêntico, deve fazer crescer em nós a  conscientização da dignidade de todos e de cada um dos homens." (João Paulo II -O mistério e culto da Santíssima Eucaristia, 6).

Prezado(a) ouvinte a Eucaristia deve nos levar a esse compromisso. Não basta receber só alguns. Temos de abrir o coração a todos. Aquele familiar de quem gosto menos, aquele vizinho que me é antipático, aquele colega de trabalho ou de escola que me prejudicou, aquela pessoa que falou mal de mim ou ofendeu a minha família, aquele pobre de má aparência, aquela pessoa que me foi falsa etc. Todos têm de ter lugar em mim, para que eu possa ser menos indigno de receber Jesus no sacramento do seu amor eucarístico.