A palavra “liturgia” no Novo Testamento é empregada para designar não somente a celebração do culto divino [Cf. At 13,2; Lc 1,23] , mas também o anúncio do Evangelho [Cf. Rm 15,16; Fl 2,14-17.30] e a caridade em ato [Cf. Rm 15,27; 2 Cor 9,12; Fl 2,25] . Em todas essas situações, trata-se do serviço de Deus e dos homens.
Na celebração litúrgica, a Igreja é serva à imagem do seu Senhor, o único “liturgo [Cf. Hb 8,2.6]”, participando de seu sacerdócio (culto) profético (anúncio) e régio (serviço de caridade):
Com razão, portanto, a liturgia é tida como o exercício do múnus sacerdotal de Jesus Cristo, no qual, mediante sinais sensíveis, é significada e, de modo peculiar a cada sinal, realizada a santificação do homem, e é exercido o culto público integral pelo Corpo Místico de Cristo, cabeça e membros. Disto se segue que toda a celebração litúrgica, como obra de Cristo sacerdote e de seu corpo que é a Igreja, é ação sagrada por excelência, cuja eficácia, no mesmo título e grau, não é igualada por nenhuma outra ação da Igreja [SC 7].
A Liturgia é o culto sagrado que os antigos levitas ofereciam a Deus e que hoje é prestado pelo próprio Cristo, que se fez Sacerdote e Vítima da nova e definitiva Aliança, estendido até nossos dias pela celebração da Eucaristia, que unindo o nosso sacrifício ao de Cristo nos faz também “hóstias vivas”.
O Catecismo, citando o texto da Constituição dogmática do Concílio Vaticano II 'Sacrosanctum Concillium' no nº 7 afirma que: “A eficácia da celebração litúrgica não é igualada por nenhuma outra ação da Igreja.”
Note que, nenhuma outra ação da Igreja supera a Liturgia. Por isso ela tem uma importância fundamental. Todas as devoções do povo de Deus são importantes, especialmente as recomendadas pela Igreja, mas a Liturgia as supera.
Caro(a) ouvinte, isto basta para nos mostrar o quanto é importante a Liturgia para o católico. Somente a Igreja, nascida sob Pedro e os Apóstolos, tem esta riqueza incomensurável intacta, recebida de Cristo e dos Apóstolos.
Entretanto, muitos católicos ainda não conhecem o rico sentido da Liturgia, que se expressa por sinais sagrados, com ritos adequados, termos próprios, símbolos ricos, objetos litúrgicos, cores significativas, imagens, etc.
Para compreender a Liturgia precisamos conhecer os significados dos termos litúrgicos dos sinais usados, das vestes e objetos litúrgicos, das cores, do rito de cada celebração, de modo especial da Santa Missa.
Da mesma forma e preciso que você conheça o essencial do Tempo Litúrgico e o significado profundo da Liturgia das Horas, oração oficial da Igreja para rezar com todos os seus filhos espalhados pelo mundo todo. Tudo isto é um patrimônio sagrado da Igreja que vem das suas origens.
Para conhecer a Liturgia não basta conhecer os ritos e as normas (rubricas) das cerimônias litúrgicas; é preciso se aprofundar na figura do Cristo Sacerdote, nos Sacramentos, e no mistério da Igreja, através da qual Cristo continua a sua missão de salvar a humanidade.
O povo católico tem muitas dúvidas sobre a Liturgia e muitos desconhecem o seu sentido e toda a sua riqueza.
O Catecismo afirma ainda que “toda a celebração litúrgica, como obra de Cristo sacerdote e de seu corpo que é a Igreja, é ação sagrada por excelência, cuja eficácia, no mesmo título e grau.”
Antes do mais, a Liturgia é o exercício continuado do sacerdócio de Cristo. Isto quer dizer que a obra salvífica de Cristo não é um acontecimento que fala apenas a nossa inteligência e aos nossos afetos, mas é algo que desenvolve sua eficácia através dos séculos.
O cristianismo é uma ação em curso, cujo desenrolar atinge cada ser humano; a palavra e a vida de Cristo se comunicam aos discípulos para fazê-los viver da vida de Jesus, que é a do próprio Deus.
É toda a Igreja, o Corpo de Cristo unido à sua Cabeça, que celebra; por isso, as ações litúrgicas não são privadas, mas celebrações da Igreja, que é sacramento da unidade, isto é, o povo santo, unido e ordenado sob a direção do Bispo.
Para refletir:
A liturgia, como se vê, não é mera devoção, catequese ou simplesmente ocasião de culto. É ação de Cristo no projeto redentor de Deus, que se faz visível na Igreja. Aqui, o grande liturgo é, verdadeiramente, Cristo, no exercício de seu sacerdócio real, ao qual, pelo batismo, ele incorpora todos os fiéis.
Diácono Antonio Carlos
Comunidade Católica Nova Aliança