II. A obra de Cristo na liturgia (CIC § 1090)

... QUE PARTICIPA DA LITURGIA CELESTE...

Agora iremos ver que participando da Liturgia terrestre, participamos também da mesma Liturgia que acontece no céu. Veja o que disse o Concílio:

“Na liturgia terrestre, antegozando participamos (já) da liturgia celeste, que se celebra na cidade santa de Jerusalém, para a qual, na qualidade de peregrinos, caminhamos. Lá, Cristo está sentado à direita de Deus, ministro do santuário e do tabernáculo verdadeiro; com toda a milícia do exército celestial cantamos um hino de glória ao Senhor e, venerando a memória dos santos, esperamos fazer parte da sociedade deles; suspiramos pelo Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo, até que Ele, nossa vida, se manifeste e nós apareçamos com Ele na glória [SC 8; cf. LG 50] .”

Na liturgia terrena participamos da liturgia celeste. Geralmente, quem preside a missa introduz o Santo, convidando a cantá-lo em comunhão com os anjos e os santos do céu. Esta não é uma linguajem figurativa, mas sacramental-real. Para toda a liturgia vale o que a constituição do Concílio Vaticano II sobre a liturgia diz da liturgia das horas: "O sumo sacerdote do novo e eterno testamento, Cristo Jesus, assumindo a natureza humana, trouxe para esse exílio terrestre aquele hino que é cantado por todo o sempre nas habitações celestes" (SC 83). De fato, ele que está à direita do Pai, nos fala na proclamação e explicação da Palavra e com ele e por ele nós nos dirigimos ao Pai, unidos no Espírito Santo; estando, portanto, em íntima comunhão com as três pessoas da Santíssima Trindade, participando da sua ação, como partilhamos também a vida divina, por força do nosso batismo. Por isso, a constituição sobre a liturgia pode com todo direito dizer: "Na liturgia terrena, antegozando, participamos da liturgia celeste, que se celebra na Cidade Santa de Jerusalém, para a qual, peregrinos, nos encaminhamos" (SC 8).

Certamente poderiamos dizer muito mais sobre a liturgia. Mas também não há dúvida de que o Concílio Vaticano II no início da constituição sobre a liturgia, nos artigos aos quais nos referimos neste estudo, nos diga aquilo que é o mais pertinente, o essencial que se possa e deva dizer sobre a natureza da liturgia: Que ela é um momento da história da salvação, porque nela se leva a efeito a obra redentora de Jesus Cristo, pelo exercício do seu sacerdócio, da cabeça e dos membros do seu corpo místico.

O livro do Apocalipse de S. João mostra-nos um pouco desta Liturgia celeste: “um trono no céu, e no trono, alguém sentado” (Ap 4,2), “o Senhor Deus” (Is 6,1; Ez 1,26-28). Em seguida, o Cordeiro, “imolado e de pé” (Ap 5,6; Jo 1,29). Cristo crucificado e ressuscitado, o único sacerdote do verdadeiro santuário (Hb 4,14-15; 10,19-21) o mesmo, “que oferece e é oferecido, que dá e que é dado”, como dizia S. João Crisóstomo.

Diácono Antonio Carlos
Comunidade Católica Nova Aliança