Atitude positiva

AUTORIA – Alfonso Aguiló Patrana[1]
TRADUÇÃO LIVRE – Ammá Maria Ângela de Melo Nicolleti
FONTE – www.conoze.com

Recebi um e-mail, desses enviados em massa, que se movem diariamente pelo ciberespaço, que fala de um tal de Jerry. Tem sua graça e é breve. Por isso, o re-envio continuamente.

Jerry era diretor de um restaurante numa pequena cidade dos Estados Unidos. Estava sempre de bom humor e tinha sempre algo positivo a dizer.

Era um motivador nato. Por duas vezes, quando mudou de trabalho, vários de seus empregados se empenharam e segui-lo onde ele foi trabalhar. Se um trabalhador tinha um dia mau, Jerry sempre estava ali, fazendo-o ver o lado positivo da situação.

Sua maneira de ser provocou minha curiosidade, de tal modo que um dia lhe perguntei:

- Não me explico. Não se pode ser positivo sempre, sem interrupção. Como consegues?

Jerry me respondeu:

- Cada manhã me levanto e digo a mim mesmo: tenho duas opções. Posso escolher estar de bom humor ou de mau humor. E sempre escolho estar de bom humor. Cada vez que me ocorre algo mau, posso escolher entre o papel de vítima ou o de aprender algo com aquilo. E procuro escolher aprender algo. Cada vez que ouço alguém se queixar, posso escolher entre somar-me aos seus lamentos ou fixar-me no lado positivo da vida, e sempre escolho o lado positivo da vida.

- Porém, nem sempre é tão fácil, protestei.

- Tão pouco é tão difícil, contestou Jerry. A vida é uma escolha constante. Cada situação é uma escolha. Escolhes como reagir diante das situações. Escolhes como vai afetar as pessoas o teu humor. Escolher estar de bom ou mau humor. É tua escolha decidir como vives tua vida.

Tempo depois, Jerry foi vítima de um assalto. Havia se esquecido de fechar com chave a porta de trás do restaurante enquanto fazia o balanço do caixa do dia, e entraram dois homens armados. Tratou de abrir a caixa forte, porém, com o nervosismo, falhava a combinação. Os assaltantes ficaram mais nervosos ainda que ele, e acabaram por atirar nele. Fortunadamente, levaram-no logo ao hospital, e, depois de uma longa operação e várias semanas de convalescência, Jerry recebeu alta.

Vi Jerry alguns meses depois. Perguntei a ele o que lhe viera à mente quando o atacaram.

- A primeira coisa em que pensei foi que eu deveria ter fechado bem a porta. Depois, que atiraram em mim, quando estava estendido no chão, lembrei que tinha duas opções: podia escolher viver, ou podia escolher morrer. E escolhi viver.

- Os enfermeiros da maca eram simpáticos. Diziam-me que me poriam bem. Porém, quando me colocaram na sala de urgências e vi a cara dos médicos e enfermeiras enquanto me examinavam, me assustei realmente. Em seus olhos se lia "É UM HOMEM MORTO". Então, vi que tinha que passar à ação.

- O que você fez?, perguntei.

- Bem, havia uma enfermeira que me perguntava aos gritos se eu era alérgico a algo.

- Sim!, lhe respondi.

Fez-se um grande silêncio. Esperavam que eu continuasse. Eu respirei fundo e disse:

- Sim, tenho alergia... a balas!

Depois das risadas de todos, lhes disse:

- Quero viver. Assim, por favor, operem-me quanto antes.

Jerry pensa que viveu graças aos médicos e às enfermeiras, porém também graças à sua atitude. Eu aprendi com ele que, a cada dia, podes escolher se vais encarar a vida com garra ou vais amargá-la. A única coisa inteiramente tua, que ninguém pode controlar ou assumir em teu lugar, é tua atitude. De modo que se tu te dás conta disto, tudo o mais da vida se faz muito mais fácil.

A história do Jerry termina aqui. É, talvez, um tanto quanto simples, porém aponta para uma idéia importante. Todos nós conhecemos pessoas que, unicamente com sua presença, irradiam sentido positivo. Sua atitude é otimista, alegre, esperançosa. Possuem como que uma espécie de campo magnético que orienta os que a rodeiam, que talvez sejam mais fracos ou mais negativos. São desarmadores de brigas e ressentimentos. Quando enfrentam uma situação difícil, costumam ser serenos, conciliadores, harmonizadores.

Costumam ser pessoas que conseguiram aprender com suas próprias experiências, tanto as negativas como as positivas. Crêem nos demais. Não reagem desproporcionadamente diante de seus defeitos, nem da crítica ou das dificuldades. Não se sentem satisfeitos quando descobrem os erros e as fraquezas dos outros (e isso, não porque sejam ingênuos, porque também eles vêem esses erros, porém sabem que, com a sua atitude, podem fazê-los melhorar ou encastelar-se em sua conduta). Procuram não rotular nem prejulgar as pessoas, mas sim descobrir os valores positivos que há em cada pessoa. Despertam agradecimento e gratidão. Não são invejosas. São agradecidas. Tendem, de forma quase que natural, a perdoar e esquecer as ofensas que recebem. Buscam o modo de melhorar sua formação. Lêem, escutam, possuem ganas de conhecer coisas, se interessam pelo que interessa aos que as rodeiam. Enfim, toda uma atitude digna de ser imitada em nossa vida.

[1] É diretor de Tajamar (Madri, Espanha). É engenheiro de estradas (Madri, 1983). É autor de numerosas publicações, entre as quais se contam sete livros na coleção FAZER FAMÍLIA (Editorial Palabra). Publicou também mais de cem artigos sobre questões relacionadas com a Educação. É colaborador habitual da Revista "FAZER FAMÍLIA". Dirige o portal www.interrogantes.net . Desde 1991 é Vice-Presidente do Insttituo Europeu de Estudos da Educação (IEEE).